MINERAÇÃO DE METAIS, ACUMULAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO DE ÁGUA NA ARGENTINA ATUAL:
UM CASO DE IMPERIALISMO ECOLÓGICO E FRATURA METABÓLICA
Resumo
Na Argentina atual, a mineração de metais é uma das atividades econômicas com o mais alto grau de conflito social e ambiental. Uma razão para isso é o uso que a mineração faz dos recursos hídricos em áreas áridas e semi-áridas. Analisando esse problema à luz dos conceitos de acumulação por desapropriação, segunda contradição do capitalismo, imperialismo ecológico e fratura metabólica, este artigo estuda as formas de apropriação de água realizadas pelas empresas de mineração, discute as estimativas disponíveis sobre o uso de água nas principais minas de metal do país e mostra as tensões sociais ligadas à escassez crítica do recurso, mostrando o paradoxo entre a limitação ao consumo humano e agrícola e o acesso irrestrito e quase gratuito ao uso da mineração.