As Heranças da Modernidade e o Cheiro da Mulher Negra:
A Ressignificação dos Aromas e a Cicatrização de Feridas
Resumo
Neste artigo buscamos [re]significar o cheiro da mulher negra. Inspirados a partir de Lélia Gonzalez, que “na boa”, fez a “voz do lixo ser ouvida”, ao longo do trabalho analisamos como a partir do cheiro do lixo, desde o Brasil Colônia, de forma paradoxal, os corpos negros vêm sendo desejados e ao mesmo tempo rejeitados. Em ambos os casos, mostramos que a perspectiva do animalizado e hipersexualizado, oriundos da modernidade, funciona como uma bússola que norteia a colonialidade do ser presente no nosso cotidiano, principal responsável pelas feridas que assolam diversas mulheres negras. Para desenvolvermos o trabalho, optamos em utilizar a metodologia de análise do conteúdo. Compreender o corpo da mulher negra a partir de herdeiros que cruzaram o Atlântico trazendo o cheiro da inteligência, da solidariedade e da intelectualidade é por nós considerado um importante passo para rompermos os grilhões da modernidade.
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