O Sincretismo Religioso como Elemento Legitimador da Umbanda
Uma Breve Reflexão a Partir da Obra Casa Grande e Senzala
Resumo
A Umbanda, patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro, é fruto de um processo de ressacralização e ressignificação crescente das práticas africanas e indígenas pelo catolicismo e pelo espiritismo kardecista. Outras ações de patrimonialização estão em curso no IPHAN, com o intuito de preservar sua memória, seus saberes e suas formas de expressão. No entanto, essas ações são repletas de escolhas, de lembranças, esquecimentos e conflitos por parte do poder público, interferindo na construção e legitimação da identidade de grupos associados à Umbanda. Para refletir como ocorreu o sincretismo religioso que deu origem à Umbanda, recorro à obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala, onde religião e magia permeiam toda a vida social e assinalam aspectos que serão preservados nas práticas umbandistas, como os elementos fetichistas e animistas africanos e ameríndios. Ao estudar as matrizes do sincretismo religioso brasileiro, através de uma narrativa comparativa e descritiva, o autor relata as origens da religiosidade popular colaborando significativamente para a discussão das representações dessa expressão religiosa no Brasil.